Lisboa hoje acordou fria. Acordou fria e a cheirar mal. Pensei
eu que era o rescaldo do “campo vem à cidade” + “meninos (e crescidos) lisboetas:
as maçãs vêm das árvores e o leite das vaquinhas” + “Ai que desmaio, o Tony vai
cantar”, mas não. Do piquenique só devem ter sobrado as habituais ideias
luminosas sobre “o campo”, que para muitos é sinónimo de tudo menos Lisboa,
Porto e, com um bocadinho de sorte, Algarve.
Adiante. Senhores recolhedores do lixo, esta cidade está um caos. Eu estou claramente solidária com as vossas queixas, valorizo imenso o vosso trabalho mas… também gosto de chegar a casa e conseguir, de facto, entrar. Para além disso, deixem que vos informe, já há feridos resultantes desta paralisação. A minha vizinha, idosa que defende com unhas e dentes o “caixote do nosso prédio”, zela pela reciclagem da rua e tem uma voz aguda como só ela, está aqui, está a ter um chelique. Os nossos ouvidos, curiosamente, queixam-se do mesmo.
Destaco ainda o timing escolhido. Nesta altura era suposto
Lisboa cheirar a manjericos e sardinhas assadas!
MJ.
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