8 de janeiro de 2012

O que não tem remédio... um dia terá!

Passar o fim-de-semana em Lisboa aumenta as saudades em flecha e faz com que eu passe a semana seguinte em contagem decrescente para voltar para o colinho dos papás. Os momentos que me custam mais são as refeições porque, se por um lado não tenho os petiscos da mamã, é também verdade que sinto muita falta das conversas que temos enquanto nos deliciamos com os verdadeiros manjares. Como costumamos almoçar e jantar por volta das horas dos telejornais, jornais da noite, etc. é comum termos a televisão ligada e irmos comentando o que se passa por esse país fora. Se hoje tivesse almoçado em casa sei que seriamos umas matracas porque o que não falta são notícias que dão que falar. Aqui a menina já admitiu que de economia percebe muito pouco, mantendo o desejo de aprender mais. Face a esta lacuna, perdoem-me se o que vou dizer a seguir é completamente descabido. Esta questão da agricultura e pecuária e da importação/exportação de alimentos dá-me cabo da cabeça. De facto, acho inconcebível que um produtor de leite ou de laranjas do Algarve não consiga escoar os seus produtos porque os supermercados a dois quilómetros da sua casa estão felizes e contentes com leite e laranjas da Espanha, ou da França, ou da “cochinchina”! O que é que está a falhar aqui? Como é que não conseguimos vencer os custos da importação? Como é que um país como o nosso, com um clima aparentemente favorável e com mão-de-obra “a dar com um pau” não é auto-suficiente no que concerne a bens alimentares, por exemplo? A mim parece-me que se todas as pessoas que recebem subsídios de desemprego, subsídios de reinserção social, subsídios para se levantarem da cama, subsídios para respirarem e sei lá eu mais o que, os recebessem com base na contribuição dada para a sociedade, as coisas estariam bem melhores. Não é a primeira nem a segunda vez que oiço histórias relacionadas não com a procura de emprego mas com a procura de carimbos que comprovem que estão a procurar para que se mantenha a entrega de um qualquer subsídio, mas deixemos isto para outras núpcias.



Voltando à questão da agricultura, Assunçãozinha querida, eu sei que andas ocupadíssima a alojar e desalojar pessoas, a regularizar rendas e afins (e muito bem), mas quando tiveres um tempinho, acho que não seria má ideia virares a “crista” para o lado dos agricultores porque o remédio existe, pode é dar um bocadinho que trabalho. (ou talvez eu seja uma pateta utópica, habituada aos legumes das hortas das avós e que dá meia volta quando vê tangerinas de países do "arco da velha"... sim, é também provável)




 E não faças essa cara... que eu até gosto de ti!
 
MJ.

5 comentários:

  1. A questão da agricultura é muito complicada, e depende de muitos factores, segundo me dizem amigos engenheiros da área. Todos sabemos que o que conta é o lucro e não a qualidade ou o próprio país, os Portugueses não são patriotas, infelizmente... Concordo mais uma vez com o teu ponto de vista e também a mim me custa a aceitar.
    Quanto aos subsídios então é uma pouca vergonha, ou melhor, uma grande vergonha neste país...
    Existe remédio? Espero que sim e que a tua utopia se torne realidade :)

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  2. Sérgio: eu sei que há muitas variáveis envolvidas... mas se nos países produtores estas são controladas, minimizadas, etc. porque é que no "pedacinho de terra à beira mar plantado" não podem ser? Não sei a resposta.

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  3. MJ: talvez porque neste país interessa mais o subsidio do que propriamente a produção, interessa mais o jipe que o trator, atirar a fruta para o chão em vez de a vender nem que fosse a 1 cêntimo, ir para o estrangeiro a limpar casas de banho 13h por dia do que trabalhar o campo... Claro que outros problemas estruturais também existem, mas não sou engenheiro... lol

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  4. "Assunçãozinha querida" "vira a crista"... é mesmo à MJ! Adorei xD
    Concordo plenamente com o que disseste! Parte da solução para os nossos problemas está em nós, portugueses e nos nossos recursos. Temos muito por onde explorar para satisfazer as nossas necessidades mínimas... e desconfio que o problemas das quotas da UE tem muita culpa no que concerne ao abandono da produção agrícola em Portugal... mas não sei.. não percebo nada disso :)

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  5. Arruda: olá olá! Pois, é que nós não percebermos nada disso, não é "bonito" mas até que se compreende... esperemos é que os que estão lá nas cadeiras do poder e da decisão percebam e tratem de agir!

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