3 de maio de 2012

Pingo Doce... a MJ. esteve lá!!!

Mais uma grande ausência mas, desta vez, com uma grande desculpa: não resisti ao apelo dos 50% de desconto, fui ao Pingo Doce e disso resultou um internamento hospitalar. Quando abandonei o hospital ainda tive que ir buscar os sacos e percorrer 30 km e, por isso, só hoje cheguei a casa. Ok, pronto, não foi isso que aconteceu, mas é só uma "meia-mentira". Muito se te falado e especulado sobre o assunto e, por isso, qual defensora dos "consumidores-compulsivos-mas-civilizados", venho aqui contar-vos um caso real: o meu! Ora, tinha eu terminado um almocinho maravilhoso e preparava-me para uma bela tarde de "comemoração" do 1º de maio junto de livros, apontamentos e afins, quando, uma das colegas de casa, chega e diz "malta, mega promoção no Pingo Doce. Acham que, se fossemos todas, conseguíamos atingir 100€?". Estava lançado o apelo. Em poucos minutos, apetrechadas com dezenas de sacos e mochilas abandonámos o conforto do lar (e os livros e os apontamentos e ai ai ai) com um grande objectivo: atestar a despensa até 2000 e "troca o passo"! Se estava uma confusão, se havia prateleiras vazias ou se esperámos imenso na fila? Pois, confere. Se houve pancadaria, murros e pontapés? Pois, negativo. Não foi a melhor tarde da minha vida, não adoro filas de supermercado mas... que poupei, ai isso parece que sim. Faço aqui um parêntesis só para referir que a boa disposição que o meu "grupo" teve e que contagiou as pessoas que estavam na nossa fila ou que passavam por lá (sim, podem-se fazer amigos no corredor dos produtos de higiene ou dos laticíneos) foi admirável.


Posto isto, fica a faltar um olhar crítico sobre o sucedido.

1. O Pingo Doce é mau e feio porque, não só "obriga" os seus trabalhadores a comparecerem no dia 1 de maio, como ainda aumenta exponencialmente o volume de trabalho;

2. O Pingo Doce também é mau e feio porque decide fazer a dita promoção no dia em que ocorreu e porque, não percebendo a minha pessoa nada de concorrências desleais e afins, me parece que "os outros"  não devem ter achado grande piada à situação e com razão;

3. A MJ. e o resto da malta que não olha a horas para atingir descontos óptimos bem que fecharam os olhos aos argumentos 1. e 2. e deixaram o altruísmo em casa.

4. Os desacatos ocorridos, as hospitalizações "pós-febre da poupança" para mim espelham duas coisas: que anda por aí muita gente que não se enxerga, que não sabe o que é a dignidade e que não tem juizinho, isso é certo, mas num país onde as dificuldades económicas são cada vez mais evidentes parece-me razoável que uma mãe espere 3h para garantir que o seu filho terá leite e fraldas durante um mês, que uma dona de casa compre o dobro dos bens de primeira necessidade e até produtos que, de outra forma, não conseguiria adquirir e não vejo loucura nisso.

5. Eu gosto de descontos, gosto de pensar que não tenho de ir às compras nos próximos tempos porque a dispensa está cheia e gosto de pensar que se foi graças ao grupo Jerónimo Martins que algumas famílias não passarão fome... então valeu a pena.


 
Fica aqui um enorme beijinho de parabéns à menina que me "cedeu" a irmã em tempo de aulas, que me deu uma estadia maravilhosa, que é uma lutadora, que luta pelos seus sonhos quer seja aqui, quer tenha que atravessar o oceano para que tal ocorra. Nem todos teriam força e seres a mulher de armas que és torna-te ainda mais especial. Tem um óptimo dia *



MJ.

2 comentários: