4 dias e várias horas após o início do estágio de
Hematologia… parece-me que já vai sendo altura de fazer um balançozito da
coisa. Em primeiro lugar, já percebi que esta especialidade não é bem “a minha
cena” e, só por esse motivo, já valeu a pena a experiência. Para além disso, e
claro que a opinião de uma “bebé-médica” vale o que vale, posso dizer-vos que,
de todos os hospitais por onde já andei (todos… meia dúzia) o Instituto
Português de Oncologia de Lisboa é aquele que se encontra mais bem organizado,
em que os profissionais estão mais focados no doente e em todos os aspectos da
sua vida, o que claramente se reflecte na satisfação que os doentes manifestam,
e, como eu me revejo muito nestas atitudes, sinto-me bem por lá. Hoje estive nas
consultas e repetiram-se os “ai a doutora é tão novinha, posso saber que idade
tem?” e as beijocas repenicadas. Transitar da cirurgia para isto baralha-me o
sistema… e eu que estava em tratamento da síndrome “MJ., 21 anos, uma coração
mole em recuperação”. Em breve falarei mais sobre o IPO e as coisas que por lá
se passam…
Coisinhas rápidas:
1. Fui à varanda e cheirava, imagine-se, a terra molhada!
Lembram-se quando caía água do céu? Uma coisa a que, há uns meses atrás,
chamávamos chuva? Está de volta, a malandra!
2. A maltinha reivindicativa abusou! Onde é que tinham a cabeça
para recolherem assinaturas (e mais de 40 mil…) e quererem a demissão do Sr.
Presidente da República? Então não estão a par das inúmeras dificuldades
económicas que o Sr. atravessa? Se o mandam para o desemprego como vai ser? Ai
ai…
Termino dizendo que hoje apagam-se 22 velinhas lá pela
cidade dos cinco F’s porque faz anos um cachopo com quem eu partilhei e
partilho grande parte da minha vida, que está sempre lá para me aturar, que me
“dá na cabeça” quando eu preciso e com quem eu poderei contar sempre. Como se
aproximam os bailes de finalistas, devo acrescentar que se trata do meu par da
valsa… éramos a “sorte grande e a terminação” e ninguém dava voltinhas como nós
(porque ele me pegava ao colo só com um braço)! Somos muito diferentes e
balanceamos essas diferenças de uma forma favorável e, desta forma, construímos
uma coisa que se chama amizade vitalícia. Muitos parabéns R. e um beijinho da
tua “piquena”!
MJ.
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